quinta-feira, 29 de setembro de 2016

O culto da antiga Deusa

A Deusa, por vezes associada à Mãe Terra; é representada como uma deusa geradora da vida, da natureza,águas, fertilidade e cultura; geralmente sendo a generosa personificação da Terra. Conhecidas como qadesh (sagrado)  na maioria das civilizações pagãs as deusas são criadoras do Universo, geram a vida, a cultura, a agricultura, a linguagem e a escrita.
O termo refere-se a uma religião pagã da divindade feminina e seu culto remonta ao início da história humana, como pode ser observado nas retratações de Vênus da Pré-história. O culto à deusa ou deusa mãe foi observado inicialmente na Pré-história (Paleolítico e Neolítico), onde foram encontradas estatuetas de culto, estendendo-se ao Reino da Frígia, onde ficou mais conhecida como Cibele, e daí às civilizações grega, romana, egípcia e babilônia onde consolidou-se um enorme panteão de deusas.
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É uma estatueta talhada num bloco de pedra calcária dura; representa uma mulher despida, que na mão direita sustem um corno de bisão. A figura mede 46 cm de altura. A cabeça, embora em grande parte separada do fundo, não apresenta indícios de rosto. Apesar disso, observa-se que foi talhada de perfil . O pescoço é alongado e está claramente definido. Do peito brotam elegantemente dois seios longos e pendentes, de jeito oval. O ventre é algo pronunciado, mas bem proporcionado e ligeiramente caído … O braço direito cai com naturalidade junto ao tronco, mas o antebraço alça-se até à altura do ombro, onde a mão sustem um corno de bisão. Tudo o corpo está polido, exceto a cabeça .
«Mulher com Corno» de Laussel com uma deusa da fertilidade, na qual o corno representaria a cornucópia da abundância, as covinhas da menstruação simbolizariam o ciclo lunar relacionados com o ciclo menstrual pois ela segura em uma mão um corno de bisão em forma de lua crescente, enquanto a outra aponta para seu ventre. As treze incisões feitas no corno referem-se à passagem dos meses lunares. A relação entre a gravidez, que ocorre em 10 lunações e o ciclo lunar/menstrual, em 13 lunações, evidencia para muitos estudiosos, um dos primeiros registros da interação entre os ciclos do Universo e os ciclos humanos
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Significado Geral: Ancestralidade, Fertilidade e Prosperidade.
“Vênus” é uma descrição genérica para diversos tipos de imagens ou estátuas femininas. “Willendorf” é o nome do local onde a estatueta foi descoberta em 1908 na Áustria.
Descrição: Uma estatueta de pedra de aproximadamente 11 cm, feita de oolítico (material que não existe na região de Willendorf), pintada com ocre vermelho, representando uma mulher com aspectos avantajados nos seios, vulva e barriga. Tem na cabeça um possível trançado comum da época ou uma ampla quantidade de olhos.
Possui, devido análises, aproximadamente 24 mil anos de idade, sendo considerada uma das mais antigas Vênus européias. Foi produzida, provavelmente, por tribos nômades de caçadores que deram origem aos povos chamados indo-europeus.
Para as diferentes religiosidades pagãs, não só a Vênus de Willendorf como várias outras representam uma crença dos povos antigos em seres femininos diretamente ligados a fertilidade e abundância. Para os crentes no conceito de “Grande Mãe”, algo muito presente nos seguidores da Wicca, Willendorf representa a própria.
Ao colocarem tal estatueta no altar (cópias, obviamente!), os pagãos acreditam estar honrando a memória e crença de seus ancestrais, além de estarem atraindo para si bênçãos de prosperidade e fertilidade, visto que as formas avantajadas da Vênus mostram que provavelmente este era o seu uso no passado; um talismã para fertilidade e uma representação da divindade mãe do povo que a esculpiu.
Comparativos: Ao ser comparada com as outras Vênus, Willendorf é uma das mais curiosas, pois é a única que mostra com clareza absoluta a idéia de fertilidade devido ao tamanho de seus seios, vulva e barriga, podendo inclusive, representar uma mulher grávida. As Deusas da fertilidade sempre existiram nas mais diferentes culturas, e dentro das religiões monoteístas, mesmo com toda a repressão do patriarcado, muitas figuras femininas se mantiveram presentes na religiosidade popular e tiveram que continuar sendo cultuadas de algum modo.
A Vênus de Willendorf é hoje, vista como um símbolo universal do poder feminino de fertilidade e abundancia proveniente da “Deusa Mãe” a quem direcionam a criação e sustentação do universo. Para os que trabalham com poder simbólico e criação de amuletos, usar a estátua perto da cama do casal ou no escritório significa, respectivamente, atrair fertilidade sexual e sucesso financeiro.
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A estatueta de marfim de mamute, quebrada ao ser exumada na escavação, mede, após a reconstrução, 147 milímetros de altura, 60 milímetros de largo e 36 milímetros de grossura.
A forma geral corresponde aos cânones estilísticos assinalados por André Leroi-Gourhan: pode-se inscrever num losango com o ventre, as nádegas e os seios descomedidamente desenvolvidos (esteatopigia), uma cabeça pequena e desbotada, e uns pés apenas esboçados e pontiagudos.
A cabeça ovoide sem detalhes, sobretudo, no rosto, é comum neste tipo de figuras; porém, leva pequenas incisões paralelas e alongadas que foram interpretadas como uma representação estilizada do pêlo. Os seios e as nádegas formam uma espécie de esfera ou círculo central.
Na parte traseira, cobrindo parcialmente as nádegas, há uma série de estrias paralelas e verticais cuja interpretação foi muito discutida. Talvez seja alguma representação esquemática de alguma prenda de vestir, uma espécie de mini-saia. Segundo a opinião da investigadora Elizabeth Wayland Barber, experta na história do tecido, é, possivelmente, o exemplo mais antigo da história duma tela trançada.
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Vênus de Tan-Tan no Marrocos  a mais de 300.000 anos de antiguidade.Ainda que incerto, é considerada a figura antropomorfa mais antiga conhecida e talvez a primeira vênus.
Matrifocalidade

é um conceito que qualifica um grupo doméstico centrado na mãe, estando o pai frequentemente ausente ou detendo apenas um papel secundário.[1]
Raymond Thomas Smith criou o conceito para dar conta da realidade familiar das famílias negras das Américas.[2] Segundo ele, o termo
  • não deve ser confundido com matrilinearidade;
  • não significa matrilocalidade (residência na casa da mãe da esposa)
  • não é indicador de uma sociedade matriarcal.
Segundo Gonzalez  a família matrifocal apresenta as seguintes características:
1 – a mãe é a figura estável, e as outras pessoas do grupo doméstico funcionam ao seu redor;
2 – a maioria dos contactos dos membros da família se realiza com parentes matrilaterais;
3 – as mulheres têm o poder de decidir sobre as crianças e a casa.

O primeiro estudo sobre a família afrodescendente americana é atribuído a Edward Franklin Frazier (The negro family in the United States, 1939), que enfatiza o papel da escravatura e depois, da sua abolição, na desorganização da família afro-americana. Frazier já falava de "família materna", mas é a Raymond Thomas Smith que se deve a expressão "família matrifocal", em The negro family in British Guiana, de 1956, e The matrifocal family, de 1973. Edith Clark, em sua obra My mother who fathered me, de 1957,marcou a reflexão sobre a posição central da mãe.
Embora a definição de Fritz Gracchus] - "a matrifocalidade é a posição central da mãe e a marginalidade do pai" - seja consensual, há outras concepções de matrifocalidade. Uma delas, mais restritiva, requer a presença de três gerações de mulheres, sem homem no grupo doméstico. Fala-se então de matrifocalidade estrutural mas também dematrifocalidade residencial, o que parece ser um fenômeno relativamente raro. e Jacques André  rejeita tal concepção, considerando tratar-se de uma "configuração-limite" da família matrifocal.
Uma outra concepção, menos restritiva mas também menos precisa, considera a família matrifocal como uma família sob influência feminina. Trata-se então da matrifocalidade funcional e também relacional. Neste caso, existem poucas evidências estatísticas, pois uma família monoparental (mãe-filho) pode muito bem ter um referente masculino forte (um tio, um amigo, etc.), que, embora não vivendo sob o mesmo teto, exerce grande influência na educação das crianças. No caso inverso, famílias nucleares (homem, mulher e seus filhos) podem ter um pai fisicamente presente mas, na prática, ausente da vida da família. Assim, embora as famílias monoparentais sejam numerosas, a correlação entre monoparentalidade e matrifocalidade ainda é uma questão em aberto.

Wicca

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A palavra tem sua origem na raiz indo-européia 'wikk-', significando 'magia', 'feitiçaria'. O nome Wicca é o mais usado para denominar nossa religião. Ela também é conhecida como Bruxaria, Feitiçaria, Antiga Religião e Arte dos Sábios, ou, simplesmente, A Arte.
As origens da Bruxaria remontam à aurora da humanidade. Nossas crenças começaram a tomar forma no Paleolítico, há aproximadamente vinte e cinco mil anos. Neste período, o ser humano era nômade, e suas principais fontes de subsistência eram a caça e a coleta. Tudo era misterioso para o homem e a mulher do paleolítico: o trovão, o sol, a escuridão... Para eles, o mundo era um lugar perigoso, cheio de forças que deveriam ser temidas, respeitadas e reverenciadas. Havia um Mistério: o da fertilidade. O clã precisava continuar. De tempos em tempos, a barriga das mulheres crescia, e, ao fim de algumas luas, delas surgia um novo membro da tribo, pequeno, mas que crescia com o passar do tempo. Os animais também tinham filhotes, e isso garantia o alimento das futuras gerações.
A chave de todo esse Mistério era a mulher, aquele enigmático ser que, se já não bastasse ser a única responsável pela continuação da tribo (ainda não havia a consciência da participação do homem na reprodução), também alimentava as crianças com leite de seu próprio corpo. Além disso, aquela criatura mágica vertia sangue de dentro de seu corpo em algumas ocasiões, mas mesmo assim não morria. Todas estas constatações deram origem ao surgimento de uma Deusa da Fertilidade, uma Grande Mãe.
Figuras pré-históricas desta Deusa são incontáveis. A Deusa era a Grande Mãe Natureza, fonte de toda a vida. Com o tempo, os homens foram se conscientizando de seu papel na reprodução, e o aspecto de fertilizador passou a ser mais um dos atributos do Deus de Chifres. Ele tornou-se filho da Deusa, pois dela era nascido, e também seu amante, pois a fertilizava para que um novo ser surgisse. A partir desta concepção, novos ritos foram adicionados às práticas mágico-religiosas, onde esculpiam-se ou pintavam-se animais ou humanos copulando, e todo o clã entregava-se ao ato sexual, já tendo recebido a graça dos Deuses.
No Neolítico, o ser humano desenvolveu a agricultura, e começou a formar aldeias e povoados. Com a descoberta das técnicas de plantio, a Deusa assumiu maior importância, passando a acumular também o aspecto de guardiã da colheita. O Deus de Chifres começou a ganhar uma nova face, a de alegre Deus das Florestas, protetor dos animais e criaturas dos bosques. Quando o homem adquiriu a noção das estações do ano, esboçaram-se as primeiras idéias sobre a Roda do Ano. Havia um período quente e fértil, onde realizavam-se as colheitas e a natureza mostrava todo seu esplendor. Neste período, reinava a Deusa em seu aspecto de Mãe Fértil. Mas havia outro período, frio e escuro, quando as folhas das árvores secavam e caíam e tudo parecia estar morto.
O povo voltava a depender da caça para sobreviver, pois não podia viver só dos alimentos armazenados. Quem regia este período era o Deus das Caçadas, que também adquiria seu novo aspecto de Sombrio Senhor da Morte (nesta época nasceram também os primeiros conceitos sobre a vida após a morte). Surgiram então os primeiros mitos sobre a descida da Deusa ao mundo subterrâneo, que, séculos mais tarde, tomaria forma definitiva na Grécia, com o mito de Perséfone, e na Mesopotâmia, com a lenda de Ishtar.
As culturas desenvolveram-se com o passar dos séculos, e novos aspectos dos Deuses foram descobertos. Cultos religiosos se estruturaram, centrados nos ciclos de nascimento, morte e renascimento da natureza. O tempo da plantação e o tempo da colheita eram muito importantes, marcados com festividades, assim como o período do recolhimento do gado e a época de sua liberação ao pasto.

A Carga da Deusa

Ouçam as palavras da Grande Mãe, que, em tempos idos, era chamada de Ártemis, Astartéia, Dione, Melusiana, Afrodite, Ceridwen, Diana, Arionrhod, Brígida e por muitos outros nomes:
Quando necessitar de alguma coisa, uma vez no mês, e é melhor que seja quando a lua estiver cheia, deverá reunir-se em algum local secreto e adorar o meu espírito que é a rainha de todos os sábios. Você estará livre da escravidão e, como um sinal de sua liberdade, apresentar-se-á nu em seus ritos. Cante, festeje, dance, faça música e amor, todos em minha presença, pois meu é o êxtase do espírito e minha também é a alegria sobre a terra. Pois minha lei é a do amor para todos os seres. Meu é o segredo que abre a porta da juventude e minha é a taça do vinho da vida, que é o caldeirão de Ceridwen, que é o graal sagrado da imortalidade. Eu concedo a sabedoria do espírito eterno e, além da morte, dou a paz e a liberdade e o reencontro com aqueles que se foram antes. Nem tampouco exijo algum tipo de sacrifício, pois saiba, eu sou a mãe de todas  as coisa e meu amor é derramado sobre a terra.
Atente para as palavras da Deusa estelar, o pó de cujos pés abrigam-se o sol, a lua, as estrelas, os anjos, e cujo corpo envolve o universo:
Eu que sou a beleza da terra verde e da lua branca entre as estrela e os mistérios da água, invoco seu espírito para que desperte e venha até a mim. Pois eu sou o espírito da natureza que dá vida ao universo. De mim todas  as coisa vêm e pra mim todas devem retornar. Que a adoração a mim esteja no coração que rejubila, pois, saiba, todos os atos de amor e prazer são meus rituais. Que haja beleza e força, poder e compaixão,  honra e humildade, júbilo e reverência, dentro de você. E você que busca conhecer-me, saiba que sua procura e ânsia serão em vão, a menos que você conheça os mistérios: pois se aquilo que busca não se encontrar dentro de você, nunca o achará fora de si. Saiba, pois, eu estou com você desde o início dos tempos, e eu sou aquela que é alcançada ao fim do desejo.
Doreen Valiente


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terça-feira, 13 de setembro de 2016

Epítetos da Deusa Hécate

Hékate é invocada por muitos nomes ou seja,vários epítetos.

Dentre eles estão:Aidônia (Senhora do Submundo), Anassa eneroi (Rainha dos que estão abaixo), Atalos (terna, delicada), Brimô (irritada, terrível), Ctônia (do submundo), Enodia/Einodia/Ennodia (das encruzilhadas, dos caminhos), Kleidouchos (mantenedora das chaves), Kourotrophos (cuidadora/nutridora dos jovens), Koré Mounogenês (donzela filha única), Krataiis (a forte), Liparokrêdemnos (de brilhante tiara no cabelo), Nyktipolos (que vaga pela noite), Perseis (filha de Perseu), Phosphoros (portadora da luz), Propylaia (guardiã), Soteira (Salvadora), Skylakagetis (líder dos cães), Tricephalus (de 3 cabeças), Trioditis/Trivia (dos 3 caminhos), Trimorphis (de três formas).

1.Hekate aquela que está distante
2.Antania (inimiga da humanidade)
3.Kleidouchos (Guardiã das Chaves)
4.Khthonia (Senhora do mundo inferior)
5.Krataiis / Crataeis (Forte)
6.Kurotrophos (protetora das crianças)
7.Monogenes (filha única)
8.Phosphoros (O portadora da luz)
9.Propylaia (a guardiã)
10.Soteira (Salvadora)
11.Trivia (de três caminhos / Deusa das encruzilhadas)
12.Tricephalus (a de três faces)
13.Aidônaia (Senhora do mundo inferior)
14.Anassa eneroi (Rainha dos mortos)
15.Antaia ( na frente)
16.Atalos (a delicada)
17.Brimo (irritada)
18.Dadophoros (portadora da tocha)
19.Despoina (Senhora)
20.Kleidophoros (Portadora das chaves)
 21.Koure (Unigênito de solteira)
22.Liparokrêdemnos (senhora brilhante com tranças)
23.Megiste (grande)
24.Nyktipolos (Senhora da noite)
25.Perseis (Destruidora)
26.Propolos (Guia / Ela que mostra o caminho)
27.Skylakagetis (Senhora dos cachorros)
28.Trimorphis (três formas)
29.Trioditis (do cruzamento)
30.Lykania (Senhora dos lobos)
31.Abnukta (Ela da noite, também um dos nomes de Lilith)
32.Agriope (a selvagem)
33.Pandeina (a terrível)
34.Aphrattos (a inominavel)
35.Enodia (das estradas)
36.Epipyrgidia (pé sobre a torre)


Invoque Hekate por seus infinitos nomes ,vá construindo um rosário com esses Epítetos e não tenha medo de acrescentar os que forem aparecendo ,afinal Hekate é aquela que busca.
Por
Hazel Anthea